segunda-feira, 14 de março de 2011

Alcobaça- A triste história de amor de Inês de Castro e D. Pedro



Inês de Castro era filha natural de Pedro Fernandes de Castro, mordomo-mor do rei Afonso XI de Castela, e de uma dama portuguesa, Aldonça Lourenço de Valadares.

O seu pai, neto por via ilegítima de Sancho IV de Castela, era um dos fidalgos mais poderosos do reino de Castela.



Pedro, O Justiceiro, foi o  8.º Monarca de Portugal, filho de D. Afonso IV e D.Beatriz de Castela.

Ele era casado com a princesa D. Constanza, sua segunda esposa, pois a primeira D. Branca era estéril e Inês de Castro era dama de companhia da princesa .

A formosura de Inês atraiu D. Pedro.

A convivência com tão bela mulher em pouco tempo ateou no coração do Infante, o amor e a paixão que não podia disfarçar.

Era cada vez mais notório as pessoas que a rodeavam, a paixão amorosa do Príncipe.

Quando a princesa teve o primeiro filho, em 1342,  Luís, ela usou a astúcia para afastar  Inês do esposo: convidou-a para madrinha do recém-nascido.

Sendo comadre de D. Pedro, a jovem  teria certamente o bom senso de manter a devida distância entre ambos, como mandava a lei divina da Igreja.

Mas o infante D. Luís, pouco tempo depois de nascer, faleceu.

O Rei D. Afonso IV, que não aprovava a relação de Pedro com Inês, mandou em 1344, exilar Inês no castelo de Albuquerque, na fronteira com a Espanha.

Mas nem mesmo a distância apagou este amor.






Em outubro do ano seguinte, a princesa Constança morreu de parto.

Viúvo, Pedro mandou Inês regressar do exílio, havendo grande desavença no reino.

O Rei queria obrigá-lo a casar com um dama de sangue real, mas Pedro não quis e enquanto isso Inês foi tendo filhos de  D.Pedro:- Afonso, Dinis e Beatriz , pondo em risco a sucessão de D.Fernando, herdeiro legítimo do trono.



O triste luar de Janeiro


Aproveitando que o  príncipe D. Pedro  saiu para caçar, o Rei e seus conselheiros resolveram dar um fim neste amor.

No dia 7 de Janeiro, ao cair da noite, Inês de Castro foi surpreendida pela chegada dos reis e dos conselheiros.

Quando o luar brilhou no firmamento, veio encontrar a pobre Inês sem vida, degolada friamente pelo machado do carrasco.






Túmulo, em estilo gótico, de Inês de Castro no Mosteiro de Alcobaça





Pensa-se que D. Pedro, com a representação da cena do Juízo Final no túmulo quis mostrar a todos (inclusive a seu pai e aos assassinos) que ele e Inês tinham um lugar no Paraíso, ao contrário dos que os fizera sofrer tanto .
O túmulo de D. Inês  encontra-se  de frente ao túmulo de D. Pedro I, de tal modo  que quando ressuscitarem se levantem e vejam um ao outro.
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O Túmulo de D Pedro:  Tem a Roda da Vida e a Roda da Fortuna.

A Roda da Vida possui  cenas da vida cotidiana do dois, o amor e o convívio com os filhos.



A vingança


O príncipe D. Pedro encheu-se de de cólera e ódio e  quando tornou rei,  vingou-se dos assassinos.

Dizem que mandou o carrasco tirar a um o coração pelas costas e a outro o coração pelo peito, enquanto se banqueteava.

Por fim, como sentisse que não bastava a tortura tremenda, ainda teve coragem para trincar aqueles corações que, para ele, seriam malditos para sempre.


Cinco anos depois da morte de Inês de Castro, o rei D. Pedro afirmou solenemente que se casara com sua amada, clandestinamente, na cidade de Bragança.

Logo, nesse ano de 1360, mandou construir, na igreja do mosteiro de Alcobaça, dois túmulos suntuosos, um para Inês e outro para ele, quando a morte o levasse.

Funeral da rainha

D. Pedro resolveu fazer a homenagem merecida a Dona Inês, rainha de Portugal.

Ordenou então, a transladação dos restos mortais de Coimbra para o túmulo de Alcobaça, onde D. Pedro disse o último adeus à esposa.

Nunca houvera paixão assim!




Segundo a lenda, as lágrimas derramadas no rio Modego pela morte de Inês teriam criado a Fonte dos Amores da Quinta das Lágrimas e as algas que ali crscem serim o seu sangue derramado.


Até nasceu a lenda de que o rei se desvairou a ponto de fazer coroar Inês, depois de morta, e obrigar a nobreza a beijar-lhe a mão de rainha.


A tétrica cerimônia da coroação e do beija mão à rainha morta, que D. Pedro teria imposto à sua corte  terá provavelmente sido inserida nas narrativas do final do século XVI, depois da popularização do episódio de"'Os Lusíadas" de Camões.

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