quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Baleia Franca Austral



Um dos pontos mais emocionantes da ida a Península Valdez foi o passeio para a avistagem das baleias.

Primeiro ficamos esperando algum barco chegar a praia para perguntarmos aos passageiros se eles haviam avistado alguma baleia, pois como era final de novembro a maioria já havia ido embora.

Com a confirmação, fomos comprar o passeio.



Há vários quiosques, escolhemos  o mais bonitinho, que parecia um barco. Fica logo na entrada de Puerto Piramides.

Quando o barco chegou, assustamos. Ele era pequeno em relação aos outros que estavam lá.

Depois de uma rápida explicação do condutor, caso alguma baleia aparecesse (porque  como disseram lá, aquilo não era um aquario, podia aparecer ou não e em caso negativo não devolveriam o $) , zarpamos em silêncio



Ai descobrimos que aquele tipo de embarcação, mais baixa é muito mais emocionante quando encontramos  alguma baleia.

Quando a primeira baleia apareceu, a emoção de todos foi muito grande e o guia teve que lembar a todos para tornar a fazer silêncio.

Uma das características da baleia franca é facilmente visível quando ela se aproxima do barco, o borrifo em "V".

Todas as baleias borrifam, mas só a franca consegue fazê-lo em formato de V, devido à forma como o orifício respiratório da cabeça do animal se abre.



A baleia-franca-austral distingue-se das outras pelas calosidades que possui na cabeça, pela ausência de barbatana dorsal e pelo arco que descreve a sua boca, que começa acima do olho.

O seu corpo é cinzento escuro ou preto, apresentando, alguma vezes, manchas brancas na barriga.



Além disso, percebe-se também suas calosidades brancas na cabeça, formadas por espessamento da pele da baleia -  favorecendo o acúmulo de crustáceos (cracas) na pele da baleia, tornando-o branco.

Podem ser identificadas pelo tamanho , forma e distribuição de suas calosidades. Sua cabeça representa um terço do comprimento total da baleia.

Quando uma baleia se aproxima, o barco desliga os motores e ai vem o espetáculo, emoção que dispara o mais gelado dos corações.

Dessa forma, a baleia pode se aproximar sem ser incomodada pelo barulho .

São enormes: podem chegar a 5m e pesar 4 toneladas e vivem , em média, 60 anos.

As baleias não formam manadas, são basicamente solitárias.

Nas áreas de reprodução, costumam ser observadas em pequenos grupos de cópula, com no máximo 6 indivíduos, que logo depois da cópula se dispersam; ou em unidades mãe-cria, relação que termina depois do desmame que acontece durante a seguinte migração reprodutiva da mãe.

Saltam com freqüência, permanecem longos períodos com a cauda fora d’água, batem com as barbatanas e a cauda na superfície, provocando explosões de espuma no mar.

São muito curiosas, costumam aproximar-se das embarcações verticalmente, em uma posição conhecida como “de espionagem”.



Uma das baleias em nosso passeio se aproximou demais: seu corpanzil passou por baixo do barco e tocou-o, dando  emoção para todos ali. Lindo.

As Baleias Francas se exibem com frequência.

Diferentemente de outras baleias, esta espécie passa muito tempo na superfície, mostrando a cauda, as barbatanas e principalmente suas costas. No entanto, como um iceberg, é difícil imaginar completamente a forma de uma baleia quando vemos apenas uma pequena parte de seu corpo.

Foi difícil dizer tchau para as baleias. A vontade que dá é de ficarmos ali o tempo todo, analisando deslumbrados cada respirada, cada caudada que ela dá, suas interações e brincadeiras com o filhote. Mas depois de quase 2 horas no mar, era hora de voltar à terra, com a certeza de que interagir de perto com a baleia franca respeitando seus limites é a melhor maneira de tornar as pessoas mais conscientes da importância da sua preservação.

Em 1999, a Península Valdez foi declarada pela Unesco como Patrimônio Natural da Humanidade.

Os animais, agora protegidos, agradecem. E quem faz a viagem para vê-los agradece mais ainda.

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